Características gerais:
1- Na pele, protegida por queratina, encontramos outra exclusividade dos mamíferos: os pelos, que formam uma barreira protetora contra a perda de calor. Embora os pelos sejam uma característica do grupo, há mamíferos, como as baleias e os golfinhos, que não possuem pelos. Em mamíferos aquáticos isso representa uma adaptação ao modo de vida, pois os pelos diminuem a velocidade da natação.
2- Os mamíferos, assim como as aves, mantêm constantemente a temperatura do corpo (são homeotérmicos) à custa do calor liberado no interior do organismo (ou seja, também são endotérmicos).
3- Têm glândulas:
- Sebáceas: produz um tipo de gordura que lubrifica o pelo dos animais (sebo). É bacterioestático, evita a entrada de bactérias pela epiderme.
- Sudoríparas: Regulam a temperatura corporal. Como mantêm a temperatura constante, eles não podem ficar com excesso de calor, como nos dias quentes, nós suamos, isso porque quando a temperatura corporal se eleva as glândulas sudoríparas retiram água e sal do nosso corpo. O sal só atrai água, e a água, quando evapora leva calor, mantendo a temperatura constante;
Odoríferas: Usadas produzem odor para a demarcação do território;
Salivares: Produzem, junto com o fígado, pâncreas e intestino delgado enzimas digestivas que digerem o alimento;
MAMÁRIAS: são os únicos organismos que possuem. As glândulas mamárias produzem leite rico em sais minerais, proteínas e aminoácidos para o desenvolvimento da prole.
4- Sob a pele, os mamíferos possuem um tecido adiposo (formado por células que armazenam gorduras), que funciona como isolante térmico. Por isso esse tecido é mais espesso nos animais de clima frio e nos mamíferos aquáticos sem pelos, como baleia e o golfinho.
5- Na pele de alguns mamíferos podem estar presentes garras, unhas, cascos, chifres ou espinhos. Algumas dessas estruturas são feitas de queratina, outras, de ossos, mas podem resultar também de uma combinação de ambos.
6- A maioria dos vertebrados possui dentes muito parecidos entre si. Mas isso não ocorre com os mamíferos, que têm dentes com formas e funções variadas.
Olhe para o interior da boca de um mamífero e constate: há dentes incisivos, caninos, molares e pré-molares. Cada tipo está adaptado a uma função: cortar (incisivos), furar (caninos) ou triturar (molares e pré-molares) a comida.
Dependendo dos hábitos alimentares e do modo de vida desses animais, eles apresentam alguns dentes mais desenvolvidos do que outros:
- animais carnívoros, como onça, possuem caninos bem desenvolvidos para furar e rasgar a carne das presas;
- em animais herbívoros, como bois, girafas e camelos, predominam os molares, usados para triturar as folhas;
- o castor, animal que corta com os dentes ramos de árvores para construir barragens, tem incisivos bem desenvolvidos.
7- Ao longo do tubo digestório, o alimento entra em contato com as substâncias que realizam a digestão, as enzimas digestivas. Essas enzimas são fabricadas pelas glândulas salivares, pelo fígado, pelo pâncreas e pelo intestino delgado.
8- A maior parte da digestão e da absorção do alimento ocorre no intestino delgado. Os restos são eliminados pelo intestino grosso, através do ânus (poucos mamíferos possuem cloaca).
9- Todos os mamíferos, mesmo os aquáticos, possuem pulmões. Na inspiração, o ar entra pela fossas nasais ou pela boca e passa pela faringe, laringe, traqueia, brônquios e bronquíolos. Os bronquíolos são pequenos tubos localizados no interior dos pulmões, que terminam em sacos microscópios, os alvéolos pulmonares. É nos alvéolos que ocorre a trocas gasosas entre o sangue e o ar que entrou nos pulmões: o oxigênio do ar passa para o sangue; o gás carbônico passa do sangue para o ar.
A respiração é feita quando o diafragma (que divide o abdome do tórax) se contrai
10- A existência dos alvéolos nos pulmões aumenta muito a superfície respiratória desses órgãos e torna o sistema respiratório dos mamíferos muito eficiente.
11- A maioria dos mamíferos é terrestre, pois, mesmo que vivem na água, como as baleias e os golfinhos, originaram-se de animais terrestres e, posteriormente, voltaram para o ambiente aquático.
12- O coração dos mamíferos, da mesma forma que o das aves, possui dois átrios e dois ventrículos. Não há comunicação entre o lado direito e o lado esquerdo do coração. E, assim como ocorre com as aves, o sangue rico em oxigênio está completamente separado do rico em gás carbônico.
CORAÇÃO HUMANO
13- O sistema urinário e formado por dois rins, dois ureteres, uma bexiga urinaria e uma ureta, que se abre do lado externo do corpo.
14- Os rins retiram do sangue certas substancias toxicas produzidas pela atividade celular e também água e os sais minerais que estão em excesso. Essas substâncias, eliminadas e dissolvidas na água, constituem a urina. A urina passa pelos ureteres e se acumula na bexiga urinária até sair do corpo pela uretra.
15- Assim como outros vertebrados, os mamíferos possuem um sistema nervoso formado por encéfalo, medula espinhal e nervos.
16- O cérebro dos mamíferos é muito desenvolvido em relação a outras partes do encéfalo, como o cerebelo e o bulbo.
17- a)Dependendo do modo de vida do animal, alguns sentidos podem ser mais aguçados que outros. Muitos animais carnívoros têm olfato apurado, como cães que detectam pelo olfato a presença de produtos tóxicos, ou outros odores.
b) Os animais que vivem em árvores, como os macacos, possuem ótima visão, um sentido obviamente importante para animais que pulam de galho em galho.
c) Os morcegos possuem excelente audição, orientando-se pelo eco de sons muito agudos que emitem pela boca ou pelo nariz. Esse sistema de orientação pelo eco também é usado pelas baleias e pelos golfinhos.
18- A fecundação é sempre interna e praticamente todos os mamíferos são vivíparos – os filhotes se desenvolvem e se nutrem dentro do útero materno. Há somente duas exceções, como veremos adiante.
Explicação:
O embrião retira alimento e oxigênio do sangue da mãe por meio de um órgão chamado placenta. Também por meio desse órgão, o gás carbônico e outros resíduos produzidos pelo embrião são lançados no sangue materno. A placenta comunica-se com o embrião pelo cordão umbilical.
As ordens de mamíferos
Os mamíferos podem ser classificados em três grupos: prototérios, metatérios e eutérios.
Prototérios:
1- Os prototérios possuem pelos e produzem leite. A fêmea tem glândulas mamárias, mas não tem mamilos, e o filhote lambe o leite que escorre pelos pelos da mãe.
2- Além disso, eles são ovíparos e tem cloaca.
3- Atualmente, existe uma única ordem de prototérios, a ordem dos monotremados, formada pelo ornitorrinco e pela equidna.
Metatérios:
1- No grupo dos metatérios encontramos a ordem dos marsupiais: são os cangurus e os coalas, da Austrália, e os gambás, as catitas e as cuícas, da America do Sul.
2- Nesses animais, a placenta é pouco desenvolvida.
3- O embrião completa se desenvolvida dentro da bolsa chamada marsúpio, existe no ventre da mãe.
4- No interior do marsúpio, então localizadas as glândulas mamárias.
Eutérios:
1. O grupo dos eutérios (eu=verdadeiro) abrange quase todos os mamíferos.
2- São vivíparos e têm placenta bem desenvolvida.
Conheça algumas das 18 ordens de eutérios:
*Xenartros - tamanduá-bandeira, tamanduá-mirim, tatu-bola, tatu-canastra, preguiça. São desprovidos de dentes ou têm dentes pouco desenvolvidos.
*Insetívoros – toupera e musaranho. São pequenos e possuem focinho longo. Comem insetos.
*Roedores – rato, camundongo, capivara (encontrada no Brasil, é o maior roedor do mundo), cutia, esquilo, paca, preá, marmota. Possuem dois pares de dentes incisivos bem desenvolvidos, adaptados para roer. São herbívoros.
*Carnívoros – lobo, cão ,gato, leão, raposa, urso, lontra, foca, leão-marinho, leopardo, onça-pintada, hiena, quati, lobo-guará, cachorro-do- mato, guaxinim ou mão-pelada, jaguatirica. Tem os caninos bem desenvolvidos. Embora muitos comam apenas carne, há também os que têm alimentação variada.
*Quirópteros – morcego. Os membros anteriores se transformam em asas. Muitos se alimentam de frutas, néctar ou insetos; E outros caçam ratos e rãs. Algumas espécies, como os morcegos-vampiros, sugam o sangue do gado e de outros mamíferos.
*Proboscídeos-elefante. O nariz e o lábio superior formam a tromba. Os dentes incisivos superiores formam as presas. São herbívoros.
*Artiodáctilos-boi, carneiro, porco, girafa, cabra, camelo, veado-mateiro, veado-campeiro, hipopótamo, lhama, antílope, porco-do-mato. São herbívoros com número par de dedos e cascos.
*Perissodáctilos-cavalo, zebra, anta, ou tapir, rinoceronte. São herbívoros e tem número ímpar de dedos e cascos.
*Sirênios-peixe-boi. É aquático, herbívoro e possuem nadadeiras. As narinas ficam na face. É encontrado no Brasil, nos rios da Amazônia.
*Primatas-társio, Lóris, macaco e ser humano. Possuem cinco dedos com unhas; um dos dedos fica em oposição aos outros, o que ajuda o animal a se segurar em galhos de árvores e agarrar objetos. O cérebro é bem desenvolvido em relação ao tamanho do corpo. A maioria vive em árvores, comendo folhas e frutos.
Evolução dos mamíferos
A evolução dos mamíferos a partir dos sinapsídeos (répteis ancestrais dos mamíferos) foi um processo gradual que levou aproximadamente 70 milhões de anos, do médio Permiano ao médio Jurássico. Na metade do Trássico, havia muitas espécies que se pareciam com mamíferos, e apenas no início do Jurássico aparecem os primeiros mamíferos verdadeiros. O primeiro marsupial conhecido, o Sinodelphys, apareceu há 125 milhões de anos, no início do Cretáceo; mais ou menos na mesma época se desenvolvem os eutérios, e dois milhões de anos mais tarde surgiram os primeiros Monotremos. Na maciça extinção do Cretáceo Terceário desaparecem os dinossauros, restando as formas aviárias, e os mamíferos iniciam um processo de diversificação e ocupação dos ninchos ecológicos vagos, até que no fim do Terciário todas as ordens modernas já se haviam estabelecido.
Do ponto de vista da nomenclatura filogênica, os mamíferos são os únicos sinapsídeos sobreviventes, uma linhagem que se distinguiu dos sauropsídeos, os répteis, no fim do Carbonífero, tornando-se os maiores e mais comuns vertebrados do período Permiano. O desenvolvimento de algumas características típicas dos mamíferos, como a endodermia, os pelos e o cérebro maior, pode ter sido estimulado pelo predomínio anterior dos dinossauros, que ocupavam os nichos ecologicos diurnos e forçaram os mamaliformes para os nichos noturnos.
As evidências dessa evolução se encontram principalmente nos fósseis. Durante um bom tempo fósseis dos mamíferos mesozóicos e seus antecessores imediatos eram escassos e fragmentários, mas o estudo se aprofundou quando na década de 1990 foram encontrados diversos achados importantes, especialmente na China. As novas técnicas científicas como a filogenética molecular também deram contribuição significativa, esclarecendo e fixando pontos de divergência evolutiva que levaram ao surgimento de espécies modernas. Embora as glândulas mamárias sejam a assinatura nos mamíferos modernos, pouco se conhece sobre sua evolução e sobre o processo de lactação, e menos ainda sobre o desenvolvimento do neocórtex, outro traço distintivo desse grupo. O estudo sobre a evolução dos mamíferos se concentra atualmente no desenvolvimento dos ossos médios do ouvido a partir da articulação da mandíbula dos ancestrais amniotas, junto com a análise da evolução da postura ereta dos membros, do palato secundário, do pelo e do sangue quente.
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