quinta-feira, 11 de junho de 2015

PORÍFEROS

O filo dos poríferos é constituído pelas esponjas. Atualmente, são cerca de 6 mil espécies, cuja maioria vive no fundo dos mares, apoiadas sobre o fundo rochoso ou arenoso. Algumas poucas espécies habitam águas doces. O tamanho e a forma corporal das esponjas variam. Algumas espécies formam placas que aderem ao substrato; outras são eretas.

- ESTRUTURA CORPORAL:
Os poríferos não apresentam folhetos embrionários verdadeiros durante o desenvolvimento. Também não desenvolvem tecidos diferenciados em nenhuma etapa da sua vida.
Todas as esponjas possuem uma cavidade interna denominada átrio, que se comunica que se comunica com o ambiente externo por uma abertura denominada ósculo, localizada na parte superior do corpo da esponja. Além disso, esses animais apresentam poros na parede corporal. Cada espécie de esponja desenvolve um tipo característico:



Cada espécie de esponja desenvolve um tipo característico:

ASCONOIDE: A esponja se assemelha a um vaso. Os poros atravessam a parede e atingem o átrio.
SINOCOIDE: A parede corporal dobra-se sobre si mesma; cada dobra delimita uma pequena câmara na parede corporal.
LEUCONOIDE: As esponjas possuem um padrão de dobras mais complexo, com inúmeras câmaras interligadas por canais.
Embora as esponjas não tenham tecidos verdadeiros, elas apresentam diversos tipos de células.


PORÓCITOS: São células de formato cilíndrico, semelhante a um carretel. Cada célula tem um orifício que atravessa no sentido longitudinal, formando um canal para o inferior da esponja.
AMEBÓCITOS: Células totipotentes, ou seja, capazes de se diferenciar em todos os outros tipos celulares presentes nas esponjas. São importantes no crescimento corporal, na digestão, no transporte de nutrientes, na secreção de elementos esqueléticos e na reprodução.
PINACÓCITOS: Células achatadas que compõem uma camada que reveste externamente o corpo das esponjas. Essas células também revestem os canais presentes nas esponjas siconoides e leuconoides.
COANÓCITOS: Células dotadas de flagelos. É a ação dos flagelos que mantém o fluxo de água no interior do corpo da esponja.
Entre as camadas de pinacócito e coanócito, encontra-se o mesoilo, que é uma camada composta de substância amorfa, ou seja, sem forma definida, na qual estão imersas fibras de colágeno, vários tipos celulares e espículas.

- SUSTENTAÇÃO CORPORAL:
As esponjas têm espículas minerais e filamentos de proteínas fibrosas que auxiliam na sustentação do corpo. O colágeno forma uma rede no mesoílo denominada espongina. Em algumas esponjas, a rede de espongina pode ser bastante extensa. O conjunto de espículas forma um esqueleto mineral, importante elemento de sustentação corporal das esponjas. Espículas de sílica ou de cálcio estão presentes em quase todas as esponjas e são produzidas pelos esclerócitos, um tipo de amebócito. As espículas podem se apresentar isoladas umas das outras ou, em algumas espécies, formar esqueletos maciços.

-CIRCULAÇÃO DE ÁGUA:
Como os demais poríferos, esses animais caracterizam-se pela presença de inúmeros poros na parede corporal, por onde a água do meio circundante penetra no corpo do animal. O movimento da água é provocado pelo batimento dos flagelos dos coanócitos. A água presente no interior do átrio é impelida para fora do corpo da esponja, saindo pelo ósculo.
Poro -> átrio -> ósculo



-NUTRIÇÃO, EXCREÇÃO E TROCAS GASOSAS:
A água que circula no interior do corpo das esponjas traz partículas nutritivas das quais se alimentam por filtração. À medida que a água circula, os conanócitos fagocitam as partículas nutritivas. A digestão nas esponjas é intracelular.
A eliminação de resíduos alimentares não digeridos ocorre por exocitose. Esses resíduos são lançados no átrio, acompanhando o fluxo de água que sai pelo ósculo. A excreção de subprodutos metabólicos, assim como as trocas gasosas, realiza-se por simples difusão.
-A ECOLOGIA DAS ESPONJAS:
Alguns peixes e tartarugas incluem esponjas em sua dieta. Vivendo fixas ao substrato e sem esqueletos protetores, poderiam ser presa fácil para os animais. Entretanto, muitas espécies de esponjas produzem e acumulam em seu corpo potentes toxinas biológicas, e a presença das espículas também desencoraja a predação.
Muitas esponjas vivem em associação com algas ou com cianobactérias, que se alojam na camada interna do corpo do animal (mesoílo). Essa associação simbiótica é do tipo mutualisto, pois é benéfica a ambos os organismos.

-A REPRODUÇÃO DAS ESPONJAS:
Embora as esponjas não tenham órgãos reprodutores, elas são capazes de reproduzir-se sexuadamente e assexuadamente.

REPRODUÇÃO ASSEXUADA:

Os poríferos possuem uma extraordinária capacidade de regeneração, podendo se reproduzir através do processo de brotamento externo ou interno, regeneração ou gemulação ou por meio de um broto que dará origem à uma esponja adulta. As esponjas que se reproduzem pelo processo assexuado, possuem o material geneticamente idêntico ao de seu genitor.
  • Brotamento: o broto formado por amebócitos aparece no corpo da esponja, podendo sair e originar outro indivíduo ou permanecer preso, originando colônias.
  • Fragmentação: fragmentos de uma esponja, por menores que sejam, podem originar novas esponjas, devido ao seu alto poder de regeneração.
  • Gemulação: este tipo de reprodução assexuada ocorre necessariamente apenas em espécies dulcícolas. Originam-se gêmulas no interior da esponja (estruturas de resistência). São formadas por células indiferenciadas e cercadas por um rígido envoltório.
REPRODUÇÃO SEXUADA:

A maior parte das esponjas é hermafrodita. Os gametas são formados em células chamadas gonócitos, que são derivadas dos amebócitos. Os espermatozóides saem da esponja pelo ósculo e penetram em outra esponja pelos poros, junto com a corrente de água. São captados pelos coanócitos e transferidos até os óvulos, que ficam na mesogléia, e promovem a fecundação. Do ovo surgirá uma larva ciliada, de vida livre, que abandona a esponja e nada até se fixar em um substrato e dar origem a um novo indivíduo.


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