Patogenia
viral caracteriza os agravos causados por infecções virais, que determinam
alterações morfológicas e funcionais nos tecidos e órgãos de um organismo, com
consequente manifestação de doença.
Uma infecção
é a invasão de um microorganismo patogênico no interior de um ser vivo,
denominado hospedeiro, porém nem sempre causa danos ao hospedeiro.
A manifestação clínica da doença depende de
fatores como virulência do agente patogênico (sua capacidade de causar doença),
suscetibilidade do hospedeiro (isto é do estado físico deste), efeitos de
substâncias bioquímicas geradas a partir da interação vírus-célula e das
reações inflamatórias e imunológicas resultantes dessa interação. Portanto, uma
doença ocorre somente se o vírus se replica em número suficiente para danificar
ou destruir diretamente células essenciais, causar a liberação de toxinas pelos
tecidos infectados, danificar genes celulares ou danificar funções orgânicas
indiretamente como resultado da resposta imune do hospedeiro à presença de
antígenos virais.
→Algumas infecções virais:
Em algumas
infecções virais pode ocorrer um período de incubação, ou seja, um intervalo
entre a infecção e o aparecimento de sintomas. Em alguns casos a célila
hospedeira sofre lise, com a liberação de novos vírions, em outros, a celula
não é destruida, mas modificada: o genoma viral une-se ao da célula, que passa
a se reproduzir desordenadamente, vindo a causar um tumor (é o que acontece na
infecção por oncovírus, vírus causadores de câncer).
O fato
de os vírus terem grande variabilidade
genética dificulta a produção de medicamentos e vacinas para combatê-los. Ou
seja, há poucas drogas antivirais, por isso é melhor previnir-se das infecções.
Célula sofrendo lise ou sendo
modificada.
Viroses:
·
Resfriado
comum: é uma infecção viral do
trato respiratório superior, que afeta principalmente o nariz e a garganta,
geralmente causada por diferentes tipos de rinovírus. O tratamento inclui
repouso, alimentação saudável e medicamentos que minimizam os sintomas como
tosse e indisposição. A transmissão ocorre por gotículas de saliva.
·
Gripe
ou influenza:
Causada pelo vírus influenza, com
sintomas semelhantes aos do resfriado, mas mais intensos e duradouros, são:
febre, calafrios, tosse seca e prostração. Podem ocorrer complicações como a
pneumonia, que costuma ser mais graves em idosos e crianças. O tratamento,
contágio e prevenção são semelhantes aos do resfriado. O vírus sofre mudanças
constantes, então uma vacina nova é produzida a cada ano.
·
Aids: sigla para Síndrome da
Imunodeficiência Adquirida é causada por retrovírus, que infecta os linfócitos
CD4, células de defesa do organismo, expondo-o a infecção por outros invasores.
Depois da incubação
do vírus aparecem sintomas como febre, manchas na pele, calafrios, gânglios
inchados, dores de cabeça, de garganta e musculares. A produção de anticorpos
se inicia depois de oito semanas da infecção, em seguida o vírus pode ficar inativo
por muitos anos. Após certo tempo, o sistema de defesa do organismo já está
muito danificado pelo vírus e a AIDS se manifesta geralmente por infecções
oportunistas (infecções que se manifestam quando a imunidade está baixa, como
tuberculose e pneumonia).
Fora das
células a capacidade de infecção do HIV é de poucos minutos e depende do
contato com mucosas, ou algum ferimento. Portanto o vírus geralmente é transmitido através de secreções
genitais ou pelo sangue. Seu contágio ocorre via sexual, intravenosa
(compartilhamento de seringas contaminadas, por exemplo) ou de mãe para filho.
Não há vacinas contra o HIV, por isso é importante se prevenir usando
preservativo nas relações sexuais.
·
Herpes
simples: É transmitido por gotículas de saliva ou pelo contato
íntimo. É caracterizada pelo aparecimento de vesículas nos lábios, na cavidade
bucal e nos genitais, além de febre, mal-estar e irritação. O tratamento
consiste em pomadas e medicamentos orais.
·
HPV:
infecção
causada pelo Papilomaviridade, com mais de 200 tipos de vírus, transmitidos sexualmente, o uso de preservativo previne a infecção. Se
manifesta pelo aparecimento de lesões, geralmente na mucosa da vagina, do
útero, na pele do pênis e próximo ao ânus. Se não forem tratadas, as lesões
podem aumentar de tamanho ou número. Alguns tipos de HPV podem causar cânceres
de colo de útero, pênis e ânus.
Rubéola: é uma doença
infecto-contagiosa causada pelo Togavírus. Sua característica mais marcante são
as manchas vermelhas que aparecem primeiro na face e atrás da orelha e depois
se espalham pelo corpo inteiro. O contágio ocorre comumente pelas vias
respiratórias com a aspiração de gotículas de saliva ou secreção nasal. Causa
dores de cabeça e no corpo, febre, dificuldade de engolir e inchaço dos gânglios.
O tratamento só minimiza os sintomas, existe vacina. A rubéola congênita, ou
seja, transmitida da mãe para o feto, é a forma mais grave da doença, porque
pode provocar malformações como surdez e problemas visuais na criança.
·
Poliomielite:
Poliomielite,
ou paralisia infantil, é uma doença contagiosa aguda causada pelo poliovírus,
que pode infectar crianças e adultos por via fecal-oral (através
do contato direto com as fezes ou com secreções expelidas pela boca das
pessoas infectadas) e provocar ou não paralisia. O principal sintoma é flacidez
nos músculos da perna, febre e mal-estar. Não há tratamento, mas existe vacina.
·
Dengue:
O
vírus da dengue é transmitido pela picada da fêmea do Aedes aegypti, os
sintomas são dor de cabeça, prostração, dores musculares, nas juntas, atrás dos
olhos, vermelhidão no corpo e coceira. Em
casos mais sérios pode levar a morte, podem ocorrer sangramentos, queda de
pressão e dores abdominais. Não há vacina, é prevenção é o combate do mosquito.
Febre Amarela: Febre amarela é uma
doença infecciosa causada por um tipo de vírus chamado flavivírus. .Existem
dois tipos de febre amarela: a silvestre, transmitida pela picada do mosquito
Haemagogus , e a urbana transmitida pela picada do Aedes
aegypti, o mesmo que transmite a dengue. Na maioria das vezes os
sintomas não se manifestam, podem ocorrer febre alta, dor de cabeça e
musculares, náusea, vômito e cansaço. Existe vacina e na maioria das vezes o
doente é internado e liberado em poucos dias.
→ As plantas também adoecem: vírus
que parasitam plantas
Os vírus que causam doenças em plantas são
vírus de RNA, cuja transmissão pode ocorrer por meio de vetores (insetos,
fungos, etc.) e também por pólen ou sementes. Os sintomas variam com a espécie
da planta parasitada, de fatores ambientais e disponibilidade de água. Eles
podem ser: necroses, lesões em folhas, ramos e frutos, desenvolvimento
excessivo de órgãos e descascamento de caules.
→Partículas subvirais:
Existem outros tipos de agentes infecciosos
patogênicos: os viroides e os príons, também chamados de partículas subvirais.
Os viroides construídos por pequenas moléculas circulares de RNA, de fita
única, são alguns dos menores agentes patogênicos conhecidos. Infectam plantas.
Os príons não têm sequer ácidos nucléicos,
constituindo-se exclusivamente na forma modificada de uma proteína de
mamíferos.
As encefalopatias subagudas espongiformes
transmissíveis (TSEs), que deixam o cérebro com aspecto esponjoso, como a
“doença da vaca louca”, são um exemplo de enfermidade, geralmente fatal,
causada por príons. No ser humano, um exemplo PE a doença de Creutzfeldt-Jakob,
que atinge uma a cada milhão de pessoas.
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